segunda-feira, 9 de abril de 2007

 

Nova Era e Pseudo-espiritualidade - Paulo Stekel [versão completa]



Situando a palavra “espiritualidade”
Quando falamos em “espiritualidade” podemos estar nos referindo a muitas coisas. Há uma “espiritualidade cristã”, uma “espiritualidade judaica”, uma “espiritualidade islâmica”, uma “espiritualidade budista”, etc. E, não poderia ser diferente. A espiritualidade nas religiões não é assunto de consenso. Cada doutrina espiritual tem a sua própria estrutura social, semântica e mecânica. Há ainda o que poderíamos chamar de “espiritualidade da nova era” ou, como preferem outros, “nova espiritualidade”. Contudo, paralela a esta, parece estar se formando e ganhando cada vez mais terreno uma “pseudo-espiritualidade”, baseada nesta “nova espiritualidade” ou, mais corretamente, numa distorção desta última.
Num sentido geral, podemos definir “espiritualidade” como uma dimensão do ser humano que traduz, segundo várias “linguagens sagradas” (das religiões e crenças em geral), o modo de viver característico de um crente que busca a perfeição na relação com o Transcendental (Deus, Buda, o Absoluto, etc.).
Para George Brown (autor de “Espiritualidade: história e perspectivas”) a espiritualidade “traduz uma dimensão do homem, enquanto é visto como ser naturalmente religioso, que constitui, de modo temático ou implícito, a sua mais profunda essência e aspiração”.
Espiritualidade é um estado de consciência não-condicionada pela mente; é uma mente livre para ver as coisas como são, não como achamos que são. Isso foi ensinado pelo Buda há 2500 anos! Neste caso, espiritualidade teria mais a ver com essência e consciência do que com crença religiosa. Para o Buda, por exemplo, o Iluminado é aquele que buscou por si mesmo, experimentou, confirmou e, então, aceitou o ensinamento espiritual, tornando-se a própria Sabedoria e não apenas um crente, um pio devoto cego e ignorante. Ele dissuadiu completamente seus discípulos deste tipo limitado de visão espiritual.
Todos os fundadores de novas tradições espirituais de certa forma “subverteram” a visão espiritual dominante em sua época, mas sempre apresentaram novas alternativas. Isso os diferencia dos simples contestadores da religião, que nada de bom e de novo apresentam para a humanidade. Buda contestou o sistema de castas de sua época, Jesus criticou fariseus e saduceus e sua visão elitista da religião, Maomé combateu a idolatria cega e hipócrita de seu tempo, Moisés lutou contra a relação superficial meramente propiciatória do povo hebreu com a Divindade.
Divergências à parte, todos estes fundadores de religiões apresentaram argumentos novos juntamente com algo palpável para auxiliar as pessoas que sofrem. Isso está na raiz da espiritualidade.

Contudo, nas últimas décadas, especialmente após 1960, temos visto alguns grupos e movimentos que se apresentam como anunciadores de uma “nova espiritualidade”, mas cujas propostas carecem exatamente do ponto palpável mais importante numa visão de espiritualidade: um auxílio eficaz ao ser humano sofredor em todos os níveis, do físico ao espiritual. Em muitos casos, o que os partidários desta “nova espiritualidade” estão fazendo é um vergonhoso comércio espiritual, o mesmo tipo de comércio de “cura”, de “ensinamentos em workshops” e de “profecias com hora marcada” que acusam as seitas “evangélicas” de promoverem em escala mundial. Não há inocentes sob o sol!

O movimento “Nova Era”

Alguns consideram o movimento popularmente chamado de “Nova Era” como uma religião com muitas subdivisões, uma coleção de metafísicas de influência oriental, uma mescla de teologias, pensamento positivo, poder mental, ética e amor pela Natureza. De acordo com esta visão, o movimento “new age” (lit. “nova era”) seria uma teologia ou uma filosofia bem-estar, tolerância universal, fraternidade, universalidade e relativismo moral.
Contudo, uma análise rápida do que seja uma religião prova que este pensamento é equivocado. Entre as características principais de qualquer religião, estão: crenças relacionadas com o sobrenatural, o divino e o sagrado; derivação de rituais e códigos baseados nestas crenças; a religião inspira certas normas e motiva certas práticas; conceitos-padrão como sacro-profano-deus; relatos sobre a origem do Universo, da Terra e do Homem, sobre a morte e o pós-morte; exigência de uma fé individual e adesão a um certo grupo social; crença em seres superiores que influenciam ou determinam o destino humano; determinação da moral, dos códigos de conduta e do senso cooperativo em uma comunidade; origem da religião através de uma “revelação”; sacralização de certos locais; um corpo de doutrina coeso e geralmente “fechado”, ou seja, que não admite modificações, pelo menos nos pontos cruciais da doutrina (a crença em Deus, por exemplo, no caso das religiões teístas).
Muitos destes elementos faltam ao que se chama de movimento “nova era”. Não é uma religião ou filosofia “codificada”. É uma mescla de muitos pensamentos distintos sobre espiritualidade. Enquanto nas religiões as diferenças são sentidas no nível das “seitas” e “escolas”, no movimento “nova era” são sentidas no nível dos “indivíduos”, o que dificulta qualquer coesão. O grupo social parece substituído por adesão a certas organizações quase empresariais, nas quais tudo funciona na base do comércio. Falta de senso cooperativo, exatamente pela predominância do indivíduo e não do grupo na prática espiritual. A não existência de “mestres” ou “instrutores” de linhagem, mas de “mestres” auto-instituídos que não deixam sucessores à altura. A não existência de corpos de doutrina coesos, pois todo o ensinamento continua “em aberto”.
Por tudo isso, podemos definir o que se chama de “nova era” mais como uma “tendência de visão espiritual” do que como uma nova religião, seita ou filosofia. Essa tendência pode permear várias práticas religiosas, influenciando-as sutilmente através de uma proposta conhecida por “universalismo” ou “espiritualismo universalista” que seria, em poucas palavras: Ideologia baseada nas teorias do Carma e da Reencarnação que insta cada indivíduo a não aderir com exclusividade a qualquer credo, sistema ou doutrina, mas a fazer sua síntese pessoal das diversas correntes de pensamento espiritual (religiões, filosofias e neociências transcendentais – neocabala, projeciologia, etc.).
Isto definiria bem o movimento “nova era” legítimo: uma tendência ideológica anti-exclusividade de credo e pró-síntese pessoal da diversidade de pensamento espiritual. Esta tendência, portanto, pode se manifestar em diversos graus em várias religiões, filosofias ou seitas, sem ser ela mesma uma religião.
Este mesmo argumento serve para o que se convencionou chamar de “música new age” ou “música da nova era”. Trata-se da mesma tendência no campo da criatividade musical. A maioria dos músicos considerados “new age” não aceitam serem denominados assim exatamente porque sua criação musical deriva de sua espontaneidade e não de uma doutrina qualquer. É o caso, por exemplo, do harpista suíço Andreas Vollenweider, que prefere ter sua música denominada “world music” (música mundial ou do mundo) ao invés de “new age”. Isso mostra que, ao aceitar ser considerado “new age”, você se sente ligado a algum tipo de crença ou idéia difusa e pouco compreendida. De fato é assim. A idéia de “world music” não traz essa carga toda, apenas a noção da variedade de música feita no mundo inteiro.

As “crenças” dos adeptos ou “new agers”

Uma análise das “crenças” professadas pelos adeptos do movimento “nova era” mostra pontos de contato entre os vários grupos, mas severas divergências também, o que serve para se questionar qualquer coesão no “movimento”, que também é mais subjetivo que real.
1 – Tudo (Homem, Vida, Universo) é espiritual e está conectado, participando da mesma Energia. A maioria a chama de Deus, mas outros contestam sua existência, aceitando apenas a Energia como algo inteligente.
2 – Existem diversos seres espirituais. Alguns grupos acreditam em anjos, budas, santos, Mestres Ascensionados, Guias, elementais, espíritos, deuses ancestrais de diversos povos, extraterrestres, seres sem forma, energias pensantes, “seres conscienciais” (?), consciências grupais ou mesmo em todos esses tipos de uma vez só (??), apesar de cada tipo estar baseado muitas vezes em crenças diferentes e até contraditórias entre si.
3 – A mente tem poderes vastos e uma profundidade ainda não investigada pela Ciência ortodoxa, o que já é objeto de estudo da Psicologia Transpessoal.
4 – Todos nascemos com um propósito, uma missão. O Amor é a lição mais importante a aprender. Não há nada de novo aqui, pois todas as religiões pregam este princípio, embora seus fiéis relutem em seguí-lo.
5 – A morte não é o fim. Reencarnamos muitas vezes, inclusive em outras dimensões. Aqui está um dos pontos de maior divergência entre os vários grupos “new age”. Cada autor ou instrutor tem seus próprios ensinamentos sobre morte e reencarnação.
6 – Pode haver harmonia entre Ciência e Espiritualidade, pois as descobertas mais recentes da Ciência apontariam para princípios espirituais. O problema é que muitos livros escritos por “new agers” [adeptos do movimento “nova era”] fazem referências quase infantis à Ciência, demonstrando sequer conhecimento mínimo de Física e Matemática, mas propondo conhecimentos revolucionários.
7 – A intuição (o ser guiado livremente) deve superar o racionalismo, o ceticismo e o método científico. Isso é uma imprudência com conseqüências nefastas. Nem o Budismo, que é uma religião, negligencia o raciocínio, o ceticismo sadio (que se abre a novas experiências) e o método científico. Essa idéia “new age” está na contramão do pensamento sistêmico, por exemplo. Ao invés de unir razão e intuição, cria uma separação equivocada. Isso gera instrutores ignorantes das coisas mínimas, que se apresentam até como “Mestres Ascensionados” [seres iluminados que teriam alcançado a Perfeição espiritual].
8 – Há um núcleo místico de Sabedoria em todas as religiões, o que parece inspirado na Teosofia de Helena Blavatsky. A questão é saber se esse núcleo é coeso ou apenas semelhante. Para Blavatsky, é coeso, porque os Instrutores Espirituais da Humanidade foram os mesmos; para Huxley, é semelhante, porque o ser humano é o mesmo em qualquer lugar do mundo.
9 – Jesus é considerado um anjo por uns, um guru por outros e até um extraterrestre por outros tantos. Dizem que se iniciou entre os indianos, os druidas, os egípcios, etc. Para outros, é o regente de um Raio Espiritual e comanda todo o planeta como uma espécie de “anjo regente”. Como saber a verdade, se ela vem de tantas fontes incoerentes entre si?
10 – Crenças como o renascimento do feminino (abafado no passado pela influência patriarcal), a existência de civilizações perdidas (Atlântida, Lemúria, Mu, Hiperbórea, etc.) e da Sincronicidade (idéia emprestada de Jung que diz que não existe coincidência) são típicas dos grupos “new age”.
11 – Certos locais são energeticamente poderosos. São os vórtex ou portais dimensionais, muito em voga desde o final da década de 1980 e tão abundantes agora, pois cada autor “cria” seu próprio portal em algum lugar do planeta.
Poderíamos citar mais, mas o espaço não nos permite. Contudo, o exposto acima permite identificar o movimento “nova era” como uma mescla, uma miscelânea de tudo o que representa “espiritualidade”, e que foi desenvolvido pela humanidade desde suas origens. Não é, assim, um corpo de doutrina coeso. É uma síntese de muitos corpos de doutrina mais a visão do indivíduo. De certa forma, isso evidencia uma realidade positiva: nenhuma doutrina permanece imutável ao ser praticada por um indivíduo. Ele a modifica internamente através de sua própria experiência, e isso influenciará a própria estrutura desta doutrina ao longo do tempo. Isso, inclusive, explica o nascimento de novas religiões e as mudanças das mesmas ao longo dos séculos. O movimento “nova era” apenas tornou isso evidente e o incorporou a seu “plano de trabalho”.

“Nova Era” legítima X pseudo-espiritualidade

Pelo exposto, está clara a existência de uma tendência de visão espiritual perfeitamente válida para a caótica humanidade atual. As religiões instituídas estão decadentes e seu espaço está sendo ocupado por movimentos renovadores e de síntese, como o da “nova era”. Isso é um fato.
Mas, na carona deste movimento, nos seus extremos, também está se gerando uma forma de “pseudo-espiritualidade” muito perigosa, que se assemelha bastante aos movimentos “evangélicos” que pregam a distorcida “Teologia da Prosperidade” [ver artigo em “Horizonte – Leitura Holística”, Nº 05]. As semelhanças se devem a três características principais: fanatismo, abdicação da razão e forte apelo comercial.
Didaticamente, poderíamos dividir a espiritualidade em uma “espiritualidade clássica” e outra “emergente”.
A “espiritualidade clássica” corresponderia à proposta pelas grandes religiões clássicas (tanto antigas quanto modernas), pelas filosofias delas derivadas e pelo espiritualismo, Teosofia e Ocultismo com raízes no Séc. XIX e início do Séc. XIX. Em todas essas vertentes, a razão ainda é respeitada em maior ou menor grau.
A “espiritualidade emergente” corresponderia à proposta pelo pensamento sistêmico, pela visão holística, pelo movimento “nova era”, pelo “espiritualismo universalista” e pela “nova espiritualidade” (isto é, tudo o que não se encaixa no “clássico”). Esta forma de espiritualidade já estaria influenciando alguns ramos da espiritualidade clássica. Um bom exemplo é a adaptação do Budismo no Ocidente, que tem feito algumas “concessões” de natureza cristã no processo de visualização meditativa, para facilitar o progresso dos praticantes ocidentais. Isso, a nosso ver, é muito positivo, pois ajuda no diálogo interreligioso e na tolerância entre fiéis de denominações diferentes.
Contudo, é exatamente no seio da “espiritualidade emergente” que um grupo de indivíduos mal-intencionados e/ou equivocados parece imiscuído: é o grupo dos “pseudo-espiritualistas”. Aqui seriam classificadas muitas “tendências” modernas, como as “seitas ufológicas” [que cultuam extraterrestres salvadores], as criadas em torno de supostos “mestres encarnados” e da “Grande Fraternidade Branca” e coisas do gênero. Claro que não podemos generalizar, mesmo porque as atitudes destes grupos falam por si mesmas!
Os indivíduos deste grupo pseudo-espiritualista têm algumas características fáceis de identificar [por favor, não consideremos as características em separado, mas em conjunto, para evitar falsos julgamentos!]:
São pessoas que estiveram em conflito com a religião de origem; são ex-funcionários públicos insatisfeitos com seu trabalho ou pessoas em processo de separação (mais mulheres que homens, talvez por incompetência dos homens!); são pessoas com necessidade de proeminência e reconhecimento; apresentam suas idéias de forma isolante, sem participar de ações de outros grupos espirituais, embora preguem o universalismo e a fraternidade; são incapazes de ações sociais mínimas, como ajudar os mais carentes, pois tudo o que fazem é baseado num “comercialismo espiritual” e os carentes não podem pagar (!); se consideram mestres de si mesmos mas não têm vergonha de serem os mestres dos outros, seus fiéis e clientes; em suma, são pessoas egoístas com uma idéia fixa de salvação; por fim, não aceitam idéias em contrário. Não há nada de universalidade nesta postura!
Atualmente somos bombardeados todos os dias com idéias e doutrinas novas lançadas por indivíduos que professam a “espiritualidade emergente”, embora seja difícil separá-los dos “pseudo-espiritualistas”. Nos últimos vinte anos surgiram idéias novas ou reforçaram-se idéias mais antigas, com menos apelo anteriormente. Vimos surgir as dezenas de tipos de “reiki”, de “terapias florais”, de “massagens energéticas”, de “terapias quânticas” [tudo parece quântico agora!], de gurus do “pensamento positivo” que se renovam a cada ano (a febre do filme “O Segredo” é um bom exemplo), de contatados que se dizem a ponte entre nós e ETs salvadores, de arautos do Apocalipse anunciando coisas estranhas à Ciência com o Cinturão de Fótons e a mudança de todo o planeta Terra para a Quarta Dimensão (?), xamãs modernos que propõem a reprogramação de um tal DNA sutil que conteria não duas, mas doze fitas helicoidais. Paremos por aqui. Já temos material suficiente.

“Apocalismo”, “DNA sutil” e “Cinturão de Fótons”?

Uma das principais características da pseudo-espiritualidade é um caráter apocalíptico, uma espécie de “derrotismo espiritual” e uma vontade de ver “o circo pegar fogo” a que chamamos de “apocalismo”. Até algumas décadas atrás essa postura era apenas comum a grupos protestantes fanáticos à espera do arrebatamento da Igreja de Cristo. Pois os pseudo-espiritualistas atuais substituíram o arrebatamento pelo “resgate planetário” dos “bons” por Discos Voadores pilotados pelos comandados de um tal Ashtar Sheran que, pasmem, também é o Arcanjo Miguel! Verdadeira salada de frutas, confusão de símbolos antigos com invenções modernas.
Desculpem se estamos ferindo suscetibilidades, mas por amor à coerência e por solicitação dos próprios leitores, devemos informar. Muitas das tendências que criticamos neste artigo não oferecem sequer argumentos mínimos, verificáveis. A subjetividade está se tornando tão “etérea” que já se oferecem cursos (pagos, é claro) para reprogramar um suposto DNA Sutil, invisível à Ciência, mas responsável, segundo os ministrantes de tais cursos, pela “sutilização” do corpo humano durante o processo de “transição planetária”. Essa “transição” ocorreria quando a Terra passasse por um tal “cinturão de fótons” relacionado com as Plêiades, depois do que se veria transportada para a Quarta Dimensão.
Ora, o mito deste “cinturão” nasceu depois de um artigo republicado na Revista Nexus (Fev./1991) intitulado “The Photon Belt Story - Is our solar system about to enter a cosmic "photon" cloud?” [“A história do Cinturão de Fótons – Está nosso sistema solar prestes a entrar em uma nuvem de “fóton”?”], e que havia aparecido primeiramente em 1981. Tal artigo afirmava que em 1961 satélites da Terra teriam descoberto uma faixa de fótons cercando as Plêiades. Citando um desconhecido José Comas Sola, que afirmava que nosso Sol faria parte do sistema das Plêiades (o que é impossível, devido à real distância das Plêiades, 407,5 anos-luz de nosso sistema solar), o artigo dizia que estaríamos prestes a entrar na luz do cinturão de fótons, o que nos transformaria em “seres sutis” da noite para o dia, que haveria treva de três dias (inspiração bíblica?), etc.
Quando a Revista Nexus [http://www.nexusmagazine.com/backissues/0202.conts.html] com nenhum critério publicou o referido artigo, a data da passagem pelo cinturão de fótons foi anunciada como sendo julho de 1992. Como nada aconteceu, foi remarcada para maio de 1997. Depois para mais adiante, em qualquer momento entre 2010 e 2015, embora haja alguns alardeadores anunciando para 2007! Já não bastassem os planetas primitivos como “Hercólubus”, para onde, segundo outros alardeadores, estariam sendo “sugados” os seres humanos “maus”, aparece agora um cinturão de fótons no meio do caminho!
Temos, frente aos dados, uma tendência a um “terrorismo espiritual” semeando o terror aos quatro cantos e fazendo um desserviço à verdadeira espiritualidade. Nestes tempos de mudanças climáticas o que menos precisamos é de terrorismo, mas de soluções práticas para barrar os efeitos nefastos de nossos próprios atos inconseqüentes. Não podemos apoiar estes absurdos, muito menos considerá-los espiritualidade. Por isso os classificamos, sem remorso algum, como pseudo-espiritualidade (a rigor “falsa espiritualidade”).
Se alguém quer acreditar nestas afirmações duvidosas, nos “portais” dimensionais que se abrem e se fecham do nada (e que ninguém vê, como o Portal 11:11, que se diz ter sido aberto em 11 de janeiro de 1992 e que se fechará em 31 de dezembro de 2012) ou em salvação em naves espaciais pilotadas pelo Arcanjo Miguel, tudo bem, é direito de todos. Mas pedimos que os sinceros buscadores nunca percam a sanidade e a capacidade de raciocinar. Usem a intuição sim, mas para perceber se não estão entrando num buraco sem saída, numa via de fanatismo, de ignorância e de exploração da boa fé. Mesmo porque sua negligência será cobrada em algum momento pela justiça cósmica.
Para evitar surpresas, quando se aproximarem de movimentos ou grupos que professem essas idéias estranhas, peçam informações detalhadas e se permitam o direito da contestação. Os verdadeiros Mestres não têm medo de debater, pois o próprio Jesus debateu com os doutores da Lei em Jerusalém e o Buda passou debatendo com toda espécie de pessoas até os 80 anos de idade. Se exigirem de vocês crença e obediência cega, algo está muito errado. Salvem-se enquanto há tempo!
Certamente há muita coisa interessante e aceitável entre as idéias vigentes nos grupos ligados ao movimento “nova era”, mas todo cuidado é pouco. Tudo hoje é “vendável” e o “marketing espiritual” usa os mesmos métodos do “marketing direto” e do “marketing de guerra”: “Pegue agora ou você ficará sem! Uma vez pego, replique e venda para outro. Tenha sucesso e, assim, prove que tem razão no que prega.” Isso é simplesmente patético!
Bom senso a todos, pois a consciência ainda é de vocês!

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